domingo, 5 de agosto de 2012

Canudos

Na República Velha, aconteceram dois movimentos camponeses ou messiânicos muito importantes: Canudos e Contestado. Ambos foram destruídos com violência pelas autoridades a mando dos latifundiários.
Canudos era uma comunidade pobre no sertão da Bahia, no fim do século XIX, uma área de terra sem dono, onde as pessoas foram lentamente ocupando até que surgiu uma cidade de 30 mil habitantes. O líder da comunidade era o pregador religioso Antônio Conselheiro. Ele afirmava que o Messias (Jesus) logo iria voltar para acabar com a maldade. 

  Para aquelas pessoas, a 'maldade' estava nos poderosos coronéis e nos governantes da República, que ignoravam o sofrimento do povo e permitiam a criação de novos impostos para os pobres pagarem. Canudos começou a incomodar os poderosos por que os sertanejos pareciam viver com autonomia. A Igreja Católica não admitia que houvesse um homem fazendo pregação religiosa por conta própria, assim como o governo começou a se preocupar quando receberam notícias de que Antônio Conselheiro fazia discurso contra a República e a favor da Monarquia.





Claro que Canudos não era um movimento de luta pelo retorno à monarquia. Mas foi dessa maneira que as autoridades da capital interpretaram o movimento. Lembrando que a República ainda não tinha completado dez anos de existência, logo os republicanos temiam a queda do regime.


A DESTRUIÇÃO DE CANUDOS


Em nome da defesa da República contra os 'fanáticos manipulados pelos monarquistas', o  presidente Prudente de Morais mandou expedições militares contra Canudos. Os sertanejos defenderam-se bem nas duas primeiras investidas, caindo na terceira diante ao poderio bélico enviado. O arraial foi completamente destruído a 5 de outubro de 1897. Os sertanejos de Canudos, homens, mulheres, velhos e crianças, foram massacrados pelos soldados, que tinham ordens para não fazer nenhum prisioneiro.


A Guerra de Canudos passou para história como o grande massacre da população pobre e humilde do Nordeste brasileiro. O famoso escritor Euclides da Cunha, que na época acompanhou o conflito armado na condição de jornalista, como correspondente de "O Estado de S. Paulo", retratou o episódio em sua obra "Os Sertões". Nela, ele apresenta uma contundente denúncia sobre o massacre dos sertanejos de Canudos, retratando-os como bravos heróis que resistiram até o fim.