sábado, 20 de abril de 2013










A INCONFIDÊNCIA MINEIRA - 1789


               Com o declínio da produção aurífera nas Minas Gerais e a pressão metropolitana no sentido de arrecadar por ano as cem arrobas de ouro devidas ao rei, a situação dos donos de minas ficou difícil. A decretação da derrama ( cobrança feita com violência, com fiscais invadindo as casas à procura de ouro) deixou a população revoltada com o governo e, no entender dos inconfidentes, criava o 'contexto' favorável a uma rebelião.

               O movimento mineiro foi organizado por pessoas da elite, muitas das quais haviam estudado na Europa, onde tiveram contato com as idéias liberais (filósofos do iluminismo) que defendiam a independência das áreas colonizadas. Havia membros do clero, militares da alta patente, donos de minas e comerciantes de minérios. Entre eles, muitos tinham grandes dívidas com o fisco metropolitano.


              Nos meses de 1788, os inconfidentes começaram a planejar a ação. Do grupo, faziam parte os poetas Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e José Alvarenga Peixoto; os clérigos José da Silva de Oliveira Rolim, Carlos Correia de Toledoe Luís Vieira da Silva; o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. Participavam também Domingos de Abreu Vieira, Joaquim Silvério dos Reis e João Rodrigues de Macedo, que delataram a conspiração em troca do perdão de suas dívidas fiscais.


                   O movimento era emancipacionista e pretendia fazer de Minas Gerais e do Rio de Janeiro um novo país; a independência dos Estados Unidos foi sua mais importante influência ideológica. Os inconfidentes foram julgados por crime lesa-majestade. Para os emancipacionistas da elite, o castigo foi o degredo na África, e dos participantes de menor prestígio social era Tiradentes, sobre quem recaiu a culpa de organizar a rebelião cooptar os demais membros. Segundo historiadores, o alferes não assumiu toda a culpa, todavia, é certo que apenas ele foi condenado. A execução de Tiradentes serviu como um exemplo para desanimar pessoas ou grupos  que eventualmente estivessem planejando lesar a Coroa.